Inclusão social de Artur Hipólito ocorre na sede do programa no Monte Verde
Artur Hipólito da Silveira é morador do bairro Monte Verde, em Florianópolis. Tem déficit de atenção e baixa visão. Essa condição fez com que ao longo de seus 14 anos de existência sofresse experiências de exclusão social. Entretanto, desde que começou a freqüentar as aulas de beach tennis do Programa Bairro Educador da Prefeitura , no bairro Monte Verde, as deficiências cognitivas e visuais não foram obstáculos para que ele se transformasse em um dos alunos mais aplicados da oficina. Resultado: sentido-se acolhido pelo programa a autoestima melhorou e vivenciou na prática o processo de interação com outras crianças por meio do esporte.
"Estou aqui neste programa há um ano. Essa oficina é ótima. Antes, eu não tinha muita coordenação motora, mas depois que comecei a praticar beach tennis eu faço ações nesse esporte que antes não conseguia", comemora.
Da dificuldade à alegria em aprender
De fato, Artur é um dos primeiros a chegar à quadra de areia do Centro Comunitário do Bairro Monte Verde, onde ocorrem as aulas às terças e quintas no período vespertino. Observa com atenção os ensinamentos do professor Charles Nichelle, o Charlão, 46 anos: como pegar na raquete, como executar um saque, como marcar um ponto. O garoto executa à risca os movimentos ensinados pelo mestre. Se sai muito bem.
Em seu rosto um sorriso de felicidade personifica todo o bem que o programa Bairro Educador vem proporcionando em sua vida. "O Artur é um menino fantástico", atesta o educador. Charlão conta que o garoto, que começou com dificuldade em praticar o beach tênis, já consegue jogar normalmente com os colegas de oficina e a cada dia evolui cada vez mais.
O esporte proporcionando qualidade de vida
Assim como Artur, o grupo de alunos se apaixonou pela modalidade – antes desconhecida por todos – principalmente pelos benefícios que o esporte trouxe para a vida. "Eu não era uma pessoa ágil. Mas depois de começar a praticar esse esporte, há dois meses, minha vida mudou para melhor nesse aspecto. O professor Charlão é muito legal, ele explica direitinho os detalhes do jogo", diz Ana Beatriz, 13 anos.
Ao lado dela a amiga, Sofia André de Souza, 11 anos, ouve a declaração e balança a cabeça positivamente, concordando com as palavras, para depois completar: "Eu amo vir às aulas de beach tennis, pois depois que comecei a praticar percebi que meus reflexos estão bem melhores e meu preparo físico também. Eu era muito lerda, agora já não sou mais", comemora a aluna, que está há um ano na oficina.
No total 30 alunos, divididos em três turmas de 10 integrantes em horários específicos, participam da oficina de beach tennis no bairro Monte Verde, que também oferece gratuitamente à comunidade as oficinas de apoio pedagógico, basquete 3x3, capoeira, corte e costura, ginástica e corrida, jiu-jitsu, karatê, futebol sete e voleibol.